"...A Cultura Popular é um magnífico tesouro que enobrece a alma do nosso país, encantando e dando lenitivo aos nossos corações. Ela abrange um elenco de manifestações que fazem parte do cotidiano do povo; um relicário de valores expressivos que vão se perpetuando através das gerações, e alimentando a memória viva da nação. Aqui, daremos enfoque especial a uma das principais expressões culturais da nossa população, a Literatura Popular..."
Parte da obra constante do Livro “O Reino Encantado do Cordel – A Cultura Popular na Educação”, de Rubenio Marcelo
A literatura de cordel chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, principalmente na região Nordeste do Brasil. Ainda são vendidos em lonas ou malas estendidas em feiras populares. Já foi muito estigmatizada mas hoje em dia é bem aceita e respeitada, tendo, inclusive, uma Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Devido ao linguajar despreocupado, regionalizado e informal utilizado para a composição dos textos essa modalidade de literatura nem sempre foi respeitada, e já houve até quem declarasse a morte do cordel, mas ainda não foi dessa vez.
A cada dia os textos são mais valorizados por todo o Brasil e pelo mundo. Os textos são publicados em livretos fabricados praticamente de forma manual pelo próprio autor. Eles têm geralmente 8 páginas mas podem ter mais, variando entre 8 e 32. As páginas medem 11x16cm e são comercializadas pelos próprios autores. Há alguns livros publicados, mas no geral a venda acontece dessa maneira. Leandro Gomes de Barros e João Martins de Atahyde são dois dentre os primeiros poetas; e estes já possuem livretos publicados por editoras, sendo vendidos e reeditados constantemente. Não há como contar a quantidade de exemplares, pois a cada tiragem milhares de exemplares são vendidos.
Assim como muitos itens dos que compõem a nossa cultura, a literatura de cordel tem origem em Portugal. Os autores das poesias se denominam trovadores e geralmente quando as declamam são acompanhados por uma viola, que eles mesmos tocam.
Este tipo de literatura marcou também a cultura francesa, espanhola e portuguesa, através dos trovadores. Estes eram artistas populares que compunham e apresentavam poesias acompanhadas de viola e muitas vezes com melodia. Se apresentavam para o povo e falavam da cultura popular da localidade, dos acontecimentos mais falados nas redondezas, de amor, etc. Assim como no trovadorismo, movimento literário que abriga essa prática, hoje é a literatura de cordel. Até mesmo as competições entre dois trovadores, com suas violas, é presenciada hoje por nós e já foi muito praticada nos três países citados, especialmente em Portugal.
No Brasil prevalece a produção poética, mas em outros locais nota-se a forte presença da prosa. A forma mais freqüentemente utilizada é a redondilha maior, ou seja, o verso de sete sílabas poéticas. A estrofe mais comum é a de seis versos, chamada sextilha. E o esquema de rimas mais comum é ABCBDB.
Os temas são os mais variados, indo desde narrativas tradicionais transmitidas pelo povo oralmente até aventuras, histórias de amor, humor, ficção, e o folheto de caráter jornalístico, que conta um fato isolado, muitas vezes um boato, modificando-o para torná-lo divertido. Ao mesmo tempo que falam de temas religiosos, também falam de temas profanos. Escrevem de maneira jocosa, mas por vezes retratam realidades desesperadoras. Uma outra característica é o uso de recursos textuais como o exagero, os mitos, as lendas, e atualmente o uso de ironia ou sarcasmo para fazer críticas sociais ou políticas. Usar uma imagem estereotipada como personagem também é muito comum, às vezes criticando a exclusão social e o preconceito, às vezes fazendo uso dos mesmos através do humor sarcástico. Além dos temas “engajados”, se assim podemos chamá-los, há também cordéis que falam de amor, relacionamentos pessoais, profissionais, cotidiano, personalidades públicas, empresas, cidades, regiões, etc.
“A literatura de cordel é uma espécie de poesia popular que é impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura. Também são utilizadas desenhos e clichês zincografados. Ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.
A SEGUIR UMA PRODUÇÃO DE LETÍCIA D'LUCCA, ALUNA DO 8º ANO A DO SESI -ROBERTO SIMONSEN.
Cordel do 8º ano A
Uma sala
diferente
Eu vou
contar para vocês
Uma história
bem engraçada
É do 8ºano A
Que só tem
gente animada.
Vou dizendo
logo aqui
O slogan
dessa turma
Muita gente
inteligente
E que ao
professor ajuda
Tem
personagens legais
Sobre os
quais eu vou levar
Tem alunos
que não falam quase nada
E uns que
amam conversar
Tem também
as 3 Marias
Que
conversam para valer
Na verdade
são 3 meninos
Que na
conversa mandam ver
Tem um que é
ator
E até novela
já fez
É Timóteo Cabral
Que não fica
quieto nenhuma vez.
Tem um que
já reprovou
E não fica
quieto nunca
Principalmente
na aula de Paulo
Ele faz da
sala uma bagunça
Eu sou a
poeta da sala
Dois
concursos já ganhei
Só ando com Rita
e Débora
São as 3
amigas, eu sei !
Tem um que
só fala presença
Em toda, toda
chamada
Só anda com Timóteo
E deixa a
sala animada
Hadassa, Ellen
e Dayane
Essas são de
conversar
Às vezes
ficam quietas
Mas não dá
para acreditar
Tem umas
inseparáveis
Martha,Mayara,
Emily e Alana
Alguns as
consideram CDFs
Mas elas são muito bacanas
Monalisa e Valesca
Só andam
sempre grudadas
Conversam
muito com John
E adoram vir
maquiadas
Tem um que
todos conhecem
E só anda
todo estressado
Às vezes é
legal
E também
muito chato
Temos um
líder
E uma vice-líder
também
Eles são os
cabeças da turma
E lideram
muito bem
Nessa sala
tem muito aluno
Anomalias e
apelidos também
Temos às
vezes brigas
Mas qual
sala não tem?
Por isso
termino dizendo
Adoro essa
sala aqui
Amo os
professores
E a minha
escola SESI
ALUNA: LETÍCIA D'LUCCA
ORIENTADORA: PROFª ESP. ANDREZA ALVES
ORIENTADORA: PROFª ESP. ANDREZA ALVES
Há também vídeos muito interessantes que retratam a literatura de cordel.
Um comentário:
Parabéns Amiga! Continue assim você tem um futuro brilhante! E obrigada pela poesia que você criou sobre a nossa classe (Roberto Simonsen- Sesi 8 ano A). Beijos!
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