Gerundismo foi um termo criado para designar a prática de utilizar o gerúndio em demasia no discurso, de forma a se tornar um vício de linguagem, um modismo vocabular. É um hábito que o falante adquire e que perante a linguagem padrão é considerado errôneo.
Alguns chegam a defender que não há problemas com a prática do gerundismo, mas vejamos:
O gerúndio é uma forma nominal do verbo constituída por um verbo auxiliar + um verbo com a terminação NDO.
Como usar corretamente o gerúndio sem virar um gerundismo?
- É correto usar o gerúndio quando se quer expressar uma ideia ou ação que ocorre simultaneamente a outra, no passado ou no futuro.
“Amanhã, quando você estiver fazendo a apresentação, eu estarei realizando os meus exames.”
- É correto usar o gerúndio quando se quer expressar uma ação contínua sem determinar a conclusão da mesma.
“Eles foram caminhando pelas ruas sem saber para onde ir.”
- É correto usar o gerúndio quando se quer expressar uma ação em curso, em qualquer tempo verbal.
“Amanhã neste horário, vou estar viajando de férias.”“Não me ligue muito cedo, pois acho que ainda estarei dormindo.”
Mais exemplos de GERUNDISMO:
Um minuto, que eu vou estar verificando seu cadastro.Vou estar transferindo sua ligação.Desculpe, senhora, mas estamos tendo que fazer tudo manualmente.Vamos estar encaminhando sua solicitação.
Perceba que nos exemplos de uso incorreto do gerúndio há um excesso de formas verbais, que é desnecessário:
IR + ESTAR + ENCAMINHAR (vou estar encaminhando) = ENCAMINHAREI
Conclui-se, pois, que o gerúndio é uma forma verbal existente na língua e que pode ser utilizada normalmente, mas o seu uso desnecessário e excessivo constitui um vício de linguagem chamado GERUNDISMO, e que pode vir a atrapalhar até mesmo a fluência da comunicação se usado em demasia.
Veja o que o Professor Pasquale Cipro Neto fala a respeito do gerundismo:
* O uso do "gerundismo" é tão comum quanto criticado. Seu uso é mesmo incorreto?
O problema é que existe uma distorção em relação a isso. Há pessoas que analisam mal a questão e dizem que a construção em si, “verbo ir + verbo estar + gerúndio”, é errada, e não é. A construção em si existe, é da língua. O que há de equivocado é o caso específico do uso numa situação que não mostra um fato simultâneo a outro. Como, por exemplo, “você tem que estar pegando uma senha”. Esse uso é horrível! Porque ninguém tem que “estar pegando uma senha”, tem que “pegar uma senha”. Pegar é uma coisa imediata, pontual. A mesma coisa vale para “vou estar enviando um fax”. Oras, enviar um fax é apertar um botão! Mas “nessa hora vou estar dormindo” é perfeitamente possível. Ou “enquanto você estiver trabalhando, eu estarei dando aula”. A interseção temporal é significativa. É uma coisa que tem uma duração, um processo.
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